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Mostrando postagens de setembro, 2014

Somos quadros pintados para enfeitar o sistema

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( Arte :  Marcelha Pereira) Às vezes me sinto como um objeto de decoração para o sistema. Uma peça para algo enorme e sem lógica que não sabemos de onde veio e nem para onde vai. Nascemos para agradá-lo, morreremos fazendo o mesmo. Não há escapatória. Se existisse algum meio de fugir dessa enorme bolha que nos encoberta, eu lutaria para achá-lo. Estou lutando. A única saída aceitável seria o suicídio, mas sou fraca demais para me matar. Então se não tenho coragem para largar esse mundo, tenho que adquirir coragem para enfrentá-lo. A cada vez que abro meus olhos me sinto em uma sala de tortura escura. Eu não consigo ver a saída, o que me deixa apavorada. E eu não tenho respostas, o que me deixa atordoada. Cada sessão de tortura dura cinco horas por dia. O resto do tempo é usado para me dar esperanças de que tudo terminou e eu finalmente serei livre - puro engano. Antes das últimas horas reservadas para dormir, o sistema me tortura mais um pouco para lembrar que está observando cada

O amor de um casal de idosos

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( Foto:  Marcelha Pereira) Essa semana eu estava passando em rua perto da minha casa e vi um casal de idosos sentado na calçada da casa deles com as mãos dadas. A magia que senti no momento é indescritível. Se um dia eu me casar quero que no meu casamento o companheirismo seja perceptível aos olhos de todos, assim como foi perceptível aos meus o companheirismo entre a senhora e o senhor ali sentados.   O amor existe e estava estampado naquela calçada. Para aquele casal deve ser tão normal dar as mãos que os dois nem devem imaginar o quanto me deixaram feliz. A menina romântica dentro de mim deu inúmeras piruetas e continua a dar a cada momento em que relembro o quão bonito foi ver o amor dos dois. Quando vemos um casal que está há tanto tempo junto e ainda consegue manter o amor aparente, até o coração da pessoa mais fria se derrete. Derrete porque estamos acostumados a escutar que quando vamos envelhecendo, o amor envelhece também. Porém, é quando envelhecemos que sabemos que estam