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Mostrando postagens de 2016

Não se pode prender um espírito livre

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( Foto:  Marcelha Pereira) Hoje vou contar a história de um grupinho de pássaros os quais costumam ficar em uma rua situada no lado oeste da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.  Faz algum tempo que um senhor de barba grande coloca sementes de girassol e outras de alpiste em cima do muro de sua casa. Logo no início, os pássaros daquela rua tinham medo de alimentar-se ali. Até que um pássaro corajoso pousou ali timidamente e, com o bico, pegou uma única semente. Alçou voo para o galho da árvore mais próxima e observou o local. Nada suspeito. Voltou e permitiu-se demorar mais um pouco na coleta de sementes. Isso permitiu que mais passarinhos tivessem coragem de buscar o alimento na parte de cima daquele murinho - que possuía quinze centímetros de largura, aproximadamente. Alguns eram mais tímidos que outros, mais agressivos, que batiam as asas para espantar os companheiros. Foi aí que o senhor de barba grande, percebendo o começo das brigas, passou a colocar mais sementes. E tod

Crescendo

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Eu gosto da palavra crescer. Desde criança tive vontade de ter mais do que cinquenta anos. Sempre me senti como uma senhora de idade que adora tomar chá e observar as pessoas. Ao mesmo tempo, me sinto como uma criança de cinco anos que adora rir e conversar com estranhos. Adoro essa dualidade porque crescer cobra que você seja uma senhora de idade que observa tudo, mas que enxerga o mundo com a inocência de uma criança de cinco anos. A gente cresce, sabe que está crescendo, mas são raras as ocasiões que realmente temos a certeza do nosso crescimento. Hoje, por exemplo, percebi que ando evitando certas discussões que antes eu adorava participar. Existe, em mim, uma consciência maior em torno das pessoas do que eu tinha há um ano. Enxergo que alguns casos não valem o estresse. Não vale tentar um debate com quem só sabe atacar e mostrar que seu ponto de vista está certo. É desgastante. Percebo, agora, que minhas opiniões e convicções sobre algum assunto - como política - devem ser debatid

O fim do ano está chegando

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Minha playlist natalina começou desde o final de novembro com a famigerada música 30 days, da banda Never Shout Never.  Dia primeiro desse mês começou com Ho Ho Hopefully da minha segunda banda preferida, The Maine. Todo ano eu tenho que, no mínimo, escutar essas duas músicas para depois seguir com a programação normal. Até o dia 24 de dezembro. É nesse dia que mal acordo e já coloco Thank God, It’s Christmas da minha banda favorita da vida, minha linda Queen. Essa é A MÚSICA de Natal. Grande parte por eu ter um amor inexplicável pela banda, e ainda mais pelo Freddie Mercury, o dia 24 de dezembro não é dia 24 de dezembro se não escuto a voz do meu amor cantando esse hino. Eu simplesmente adoro essa época do ano. Mais do que meu aniversário, na verdade. O dia já começa feliz por eu saber que, logo após o almoço, meus pais já estarão começando a fazer as comidas para a noite. Meu estômago chega a dar pulinhos só de imaginar o gosto da rabanada. Eu, literalmente, espero o ano passa

E aquele adeus não pude dar...

Esses dias recebi a notícia de que o amigo que eu havia feito esse ano em um cursinho para o ENEM, quando eu achava que não ia passar para Jornalismo, morreu. Pegou-me de surpresa. Não acreditei quando vi. Lembrei logo do dia em que fizemos amizade. Ele tinha me pedido uma informação, eu respondi e começamos a conversar. No dia seguinte, ele e eu começamos a sentar lado a lado e nos outros dias, através de um pacto mental, quem chegava primeiro guardava o lugar do segundo. Uma amiga, Jhesica, nessa época, estudava com a gente e eu apresentei os dois. Outra amiga minha, Karla, veio para o curso depois um tempo e também foi apresentada. Ele me apresentou uma amiga dele e juntos fizemos dois amigos: Walter e a Alice. Apesar de ter ficado muito abalada com a morte do meu avô, depois dela percebi que a morte pode ser vista com bons olhos. As que vieram em seguida, a da minha avó, por exemplo, me fez ter confirmação de que a morte chega para quem precisa dela para descansar. Não consegui ch

Umas bobagens aqui e ali

Acho que nunca fui uma escritora. Ocasionalmente a gente diz que é, mas não tem certeza e é complicado demais explicar que só gosta de escrever. Escrever todo mundo escreve, mas ser escritor é mais do que isso. Acho que sou mais uma pessoa cheia de pensamentos em conflito e que resolve publicá-los em um blog do que uma escritora. Escrevo mais para me libertar do que para acalentar o coração do outro. Minhas palavras não são bonitas o bastante para alguém ler enquanto toma um cafézinho.  Eu prefiro acreditar que brinco com a escrita. Que escrevo umas bobagens aqui e umas bobagens ali utilizando a impulsividade ao meu favor. E falando em impulso, estou com uma história no site Wattpad, acredita? Se tiver coragem de ler, é só clicar aqui .   Ela é sobre a Nina e a Antonina: a primeira é uma jornalista curiosa e audaciosa; já outra é uma versão de si da qual não se orgulha. Preciso confessar que às vezes eu releio os capítulos e penso "Marcelha, o que você tem na cabeça? Não tem verg

Coitada dela, se soubesse

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A serenidade no olhar de quem estava abraçada ao canhão. ( Foto:  Meu arquivo pessoal ) Vou pelo caminho prestando atenção na rua. No  alaranjado do fim do pôr do sol com o azul escuro da noite.  No cachorrinho que fuça o saco de lixo. Nos prédios enormes. Nas pessoas voltando para casa e nas crianças sorridentes de mãos dadas com os pais ao contar como foi o dia na escola. O carro para e escuto uma conversa vinda da moto parada ao lado: - Matemática é tão fácil. Não tem mistério algum. - Mas eu não gosto, tenho dificuldade. - Inglês que é mais difícil e tu tira nota boa. Isso é falta de esforço, é só prestar atenção na aula. - Eu presto! Mas odeio. O semáforo abriu e eu sorri. Olhei para o lado e meu pai comentou que a menina parecia comigo. É, na minha época de fundamental (principalmente no oitavo/nono ano), preferia quatro aulas seguidas de inglês a ter duas seguidas de matemática. Meu pai sempre havia sido muito bom na matéria e vivia reclamando da minha pouca dese

Eu ando por aí

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( Foto:  Marcelha Pereira) Eu ando cansada de mim. Cansada de como ando reclamando do que acontece de errado e focando nesses detalhes. Há um lado de mim que anda enegrecendo e eu não suporto o que eu estou vendo refletido no espelho do meu interior.  O lado antes florido, agora está com as folhas secas e a grama morta. A parte de mim que adora gargalhar na cara da vida, anda com medo e com vontade de trancar-se dentro de um quarto. Anda sem forças. Os demônios que me habitam andam fazendo festa em cima dos meus escombros e depois saem me deixando sozinha olhando cada pedaço o qual foi destruído sem remorso.  Eu ando querendo sumir (como sempre quis). Eu ando por aí destruída, distribuindo sorrisos e abraços quando queria sentar e chorar. Uma viva... Morta.

Mais um texto daqueles

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( Foto:  Divulgação/Internet) Precisamos ao todo momento agradar àqueles que não gostam de nós. Reprimimos o que somos para ver se o outro nos aceita como a gente finge que é. A nossa juventude anda louca, com os sentidos do amor fechados e na defensiva. O tempo todo.  Anda grossa, mal intencionada, esquece que palavras machucam e que críticas devem ser sabiamente dadas. Esquece do tato, do cuidado e que cada um, todos os dias, lida com seus próprios demônios.  Estou cansada da desconfiança que a nossa juventude naturalmente cria. Estamos sempre esperando que o outro nos machuque e nos engane. Criamos barreiras e esquecemos de que como devemos agir com o amigo. A gentileza está se tornando seletiva, a gente escolhe quem vamos tratar bem no dedo. Estamos nos tornando pessoas frias vivendo em um mundo onde somos postos uns contra os outros e isso me deixa triste. Eu não quero estar em guerra com ninguém, isso me dilacera.  Eu gosto de pessoas envolta de mim. Gosto de falar com est

O universo é um turbilhão de emoções. E eu também.

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( Foto:  Marcelha Pereira) Eu não sei ser pacífica. Não nasci com o dom da calmaria. Eu me revolto, eu choro, eu rio sempre que dá vontade. Não sou de controlar minha mente e meus sentimentos. Gosto da capacidade deles de tentarem ser livres.    Sei que se eu soubesse ser mais "de boas" as coisas não quebrariam tanto para o meu lado e com certeza eu teria noites de sono melhores. Mas acontece que eu não sou o tipo de gente que consegue balancear - admiro-as muito, inclusive, haja paciência -, se vejo algo errado não consigo ficar calada e esperar que ajeite por si.    Não sei ficar olhando a merda explodir enquanto tomo um vinho sentada na minha confortável poltrona. Eu sou do tipo de gente que arregaça as mangas e se junta na merda para evitar que ela exploda. Se suja da cabeça aos pés, mas não sossega a cabeça no travesseiro até que consiga expor o que quer porque sabe que não é errado lutar para ajeitar o espaço em que vive...  Se o universo é um turbilhão de emoções e

Nesse meio tempo eu perdi a sanidade

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( Foto:  Marcelha Pereira) Vocês não devem saber, mas o blog, dia 01 de março, completou dois anos e aquela vontadezinha de voltar a publicar veio. E o que eu posso dizer que mudou durante todo esse tempo? Bom, o cabelo cresceu e a tagarelice aumentou. E se eu já ria para o vento, agora estou gargalhando da formiga que está carregando um pedacinho de planta. Meu grau de miopia aumentou, agora tornou-se quatro vezes pior enxergar aquele boyzin do outro lado da rua. Parece também que eu endoideci ainda mais do que achei que conseguiria. Ah, e passei para Jornalismo na UFRN. A garotinha agora frequenta universidade, não é mais a menina de dois anos atrás, mesmo que continue assustada e inconformada com o mundo real. As responsabilidades mudaram e isso dá certo medo de como as coisas serão daqui pra frente. Dois anos atrás eu estava criando o blog para ver se suportaria o bendito Ensino Médio, e hoje volto para começar a escrever a nova fase da minha vida. Aqui no Além do Padrão está to