O amor de um casal de idosos

(Foto: Marcelha Pereira)

Essa semana eu estava passando em rua perto da minha casa e vi um casal de idosos sentado na calçada da casa deles com as mãos dadas. A magia que senti no momento é indescritível. Se um dia eu me casar quero que no meu casamento o companheirismo seja perceptível aos olhos de todos, assim como foi perceptível aos meus o companheirismo entre a senhora e o senhor ali sentados.  

O amor existe e estava estampado naquela calçada. Para aquele casal deve ser tão normal dar as mãos que os dois nem devem imaginar o quanto me deixaram feliz. A menina romântica dentro de mim deu inúmeras piruetas e continua a dar a cada momento em que relembro o quão bonito foi ver o amor dos dois.

Quando vemos um casal que está há tanto tempo junto e ainda consegue manter o amor aparente, até o coração da pessoa mais fria se derrete. Derrete porque estamos acostumados a escutar que quando vamos envelhecendo, o amor envelhece também. Porém, é quando envelhecemos que sabemos que estamos amando. Dizem que o amor não dura. Mas dura. 

Com o tempo o sexo vai ficando raro, os beijos vão diminuindo e o que resta é a vontade de continuar ao lado da pessoa amada. É bem aí que sabemos que amamos uma pessoa: quando o relacionamento deixa de ser algo carnal e passa a ser algo além. É isso que eu acredito que seja o amor. Amor se constrói com o passar dos anos, quando até a mania mais chata do outro se torna o motivo mais doce para sorrir. 

Se o que aqueles dois estavam transmitindo não era amor, eu desconheço o tal. Se um cuidar do remédio do outro não for amor, eu desconheço o que é. Se um acordar no meio da noite porque o outro está se sentindo mal não for amor, eu desconheço o que seja. Se um pegar na mão do outro apenas para ver o movimento da rua não for amor... me desculpem, mas é amor.

Comentários

  1. Seus textos são simplesmente incríveis! Parabéns

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    1. Muito obrigada Renata, fico feliz por saber que você está gostando do que escrevo!

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