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Mostrando postagens de janeiro, 2015

O relato de um suicida

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( Foto:  Marcelha Pereira)  Eu cometi suicídio, e me arrependo amargamente.  Ocorreu em uma tarde de outubro e meus pais haviam saído de casa para ir ao supermercado, fui à cozinha, peguei uma faca e sem pensar duas vezes a enfiei no meu peito. A dor foi horrível. O tempo parou, eu pude sentir cada milímetro daquela faca me perfurando e ver o sangue saindo. Não demorou muito tempo até que eu ficasse sem forças, meus olhos fechassem, minha respiração falhasse e eu não tivesse mais consciência de nada. NADA. A morte não é ruim, mas eu me arrependo de tudo o que eu poderia ter feito e dos lugares que eu poderia visitar. Arrependo-me de não poder saborear o gosto do bacon em minha boca mais uma vez, de dar um abraço forte em minha mãe e de gargalhar mais uma vez com os meus amigos. Arrependo-me de não exercer a profissão que escolhi com tanto gosto desde os meus dezesseis anos. Arrependo-me de ter negado a ajuda de quem queria ajudar.  Depois da morte conheci algumas pessoas que dis

Calmaria, silêncio, felicidade e loucura

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( Foto:  Marcelha Pereira) - Está escutando isso? É o som da calmaria. - E calmaria tem som? - Claro que tem! Você nunca escutou a calmaria? - Não. Calmaria tem que som? - A calmaria tem som da sua música preferida. Tem o som da colherzinha mexendo o chá da sua caneca. Tem o som do seu sorriso se abrindo e dos seus cílios batendo. Tem som dos seus pés se esfregando um contra o outro. Tem som do seu corpo se chocando contra o chão. Tem som desse momento só seu. A calmaria... tem o som que ela quiser ter. - Mas para mim a calmaria era igual ao silêncio: sem som. - Quem foi que disse para você que o silêncio não tem som? - Ué, se o silêncio tivesse som não seria chamado de silêncio. - Nem sempre. Às vezes o silêncio tem o som das vozes da sua cabeça. Dos seus pensamentos mais insanos. - Vozes da minha cabeça?! Pensamentos insanos?! Eu não sou louca! [ loucura ] - Todos nós somos loucos. O silêncio é a loucura da qual nos permitimos enlouquecer. - Isso é totalmente

Mais um texto sobre amor

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( Foto:  Marcelha Pereira) Esses dias um casal de namorados amigos meus me mandou dois textos que um havia escrito para o outro. E bem, cá estou eu falando sobre o amor novamente. O menino escreveu: “O amor visto por alguns como uma maldição, porém também visto por outros como a coisa mais bela que se pode existir na vida - que nesse caso é a minha visão. Por um momento é possível acabar pensando da primeira forma durante um tempo, porém esse tempo chega ao fim graças a coisas tão simples: um carinho, um abraço, um olhar. São pequenas coisas que nos mudam e nos fazem ver que o amor veio na verdade para nos trazer apenas o bem e mostrar que a felicidade está bem ali, ao seu lado. Naquela pessoa que te fez acreditar nele, que o faz adotar esse amor ainda mais no seu coração e enviá-lo de volta para esta pessoa de forma tão especial e amorosa quanto ela mandou para você. Até mesmo no mais simples "amo você" se sente todo o amor e carinho que estão expressos ali, naquelas p

Só por hoje me deixa ser

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( Foto:  Marcelha Pereira) Ah, me deixa vai. Me deixa escrever sem regras e sem coerência. Me deixa escrever “me deixa” e não “deixe-me” ou "me deixe". Me deixa jogar as rimas pro inferno e apenas escrever. Me deixa ser livre na minha escrita. Me deixa escrever textos enormes, mas me deixe também escrever pouco. Me deixa falar sobre bobagens e sobre a vida. Me deixa gritar através de palavras.  Apenas quero colocar para fora o que estou sentindo. Sem esforços para escrever bonito. Porque acredite, o que há dentro de mim não tem nada de bonito. Dane-se o erro. Dane-se os sentimentos expostos em palavras bonitas e em rimas perfeitas. Apenas hoje, dane-se todos vocês e eu. Hoje quero tirar a roupa e dançar pelada assim como faço no banho, só que com a diferença que todos poderão ver. Quero gritar na rua trechos de músicas da banda Queen. Quero gritar para o mundo que sou o espírito do Freddie Mercury no corpo de uma adolescente de dezesseis anos. Quero pular, quero me descabe

Para você

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( Foto:  Marcelha Pereira) O que tínhamos acabou faz tanto tempo. Não deveria ter ido falar contigo e feito ressurgir fantasmas que há tempos não vinham me atormentar. Você foi uma etapa importante na minha vida e deve saber disso. Mas acabou. Eu mudei. Você mudou. Não poderíamos engatar em algo novamente. Não poderíamos começar de onde paramos. Temos mentes diferentes do que tínhamos alguns anos atrás. Estou ciente de que fui a culpada por ter iniciado uma conversa com você, mas não deverias ter dito que gostava de mim. Você me veio com a história de “eu gostava de você, mas fiz tudo errado” me deixando com o coração apertado. Fiquei mal, chorei e enlouqueci mais um pouco. Talvez tenha ficado tão mal porque descobri que mexi com o coração de alguém um dia. Principalmente por saber que o coração mexido por mim foi o seu e você mexeu com o meu também. Por saber que um dia pertencemos um ao outro. Ah... não deverias ter dito que gostava de mim. Isso acabou comigo e eu nem gosto mais d