(Mal)dita hora

(Foto: Marcelha Pereira)

Pela sacada do meu coração você entrou como um ladrão e fez uma bagunça enorme no cantinho o qual estava perfeitamente organizado e bem sem você. Tivestes a curiosidade de um macaco ao entrar em mim, mas tão veloz quanto entrou, você se foi. 

Eu te disse para fugir enquanto era tempo, mas teimoso como és resolveu ficar mais um pouco e acabou conversando com a menina sentada no canto da sala dançando desajeitadamente ao som de Milton e acabou conversando com ela. 

No começo a menina se assustou ao ser pega no flagra, porém acabou gostando do seu ar sincero e do seu sorriso de lado. Foi-se embora a vergonha e o medo. A mocinha desavergonhada te chamou para dançar e você foi. Maldita hora em que você foi e se juntou à loucura da moça. 

A menina sorriu, você sorriu ao vê-la sorrir. Ela correu e lhe puxou para segui-la. Maldita hora em que você a seguiu. Maldita hora em que ela lhe mostrou cada segredo, cada espaço que ninguém antes havia visitado. Maldita hora em que você se mostrou interessado em conhecê-la. Bendita hora. 

Bendita hora a qual a menina se sentiu feliz por compartilhar algo com alguém. Bendita hora em que eu comecei a gostar da sua presença. Maldita hora. 

Maldita hora em que você, como os outros - mas tão diferente deles - decidiu se despedir. Maldita hora em que acabei me acostumando com sua presença constante. Maldita a chance que eu lhe dei. Maldita hora em que eu deixei de querer que você fugisse e você acabou fugindo. Ou talvez bendita? 

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