É ruim, e ao mesmo tempo bom, ser uma poeirinha!

27 de março de 2018, 15h40

Somos todos poeira do universo. Eu não sei se sentirão a minha falta quando eu morrer. Só sei que a falta logo vai embora e, no fim, eu não valho muita coisa. Não sou exemplo de estudante. Saí na metade de um filme super foda de animação chamado Horton e o Mundo dos Quem. Saí da sala porque me veio inspiração e porque estou me sentindo mal. Não sou exemplo de estudante e acho que nem quero ser.

Não sou exemplo de amiga, também. Sempre acho que não dou a atenção que meus amigos merecem. Não sou exemplo de filha, não sou exemplo de ser humano, não sou exemplo de nada. Não sou exemplo porque eu não sou grande. E nem quero ser grande. Eu sou uma poeirinha.

Sentada em uma mesa da pracinha do Setor I, eu sou uma poeirinha. Observando os grupos de amigos conversando, eu sou uma poeirinha. Eu não sou importante, não sou especial e o universo não vai parar se eu sumir neste mesmo instante. 

[corta]

(alguns amigos chegam onde estou e me abraçam)
~eu choro~

Chorar faz bem e alivia um pouco o peso da existência. Agora eu sinto fome.

FOME 
FOME 
FOME 
                   FOME 
                                         FOME

[corta]


02 de abril de 2018, 12h46

Esse texto tem duas visões. Depois que meus amigos chegaram, o foco da minha cabeça mudou. 

Enquanto eu estava sozinha, me sentia a pessoa mais pequena do mundo. Quando eles chegaram, eu continuei me sentindo, mas eles cuidaram de mim. Assim como o Horton faz com o grão do Mundo dos Quem. Quando eu assisti ao filme em casa e descobri o que acontece com o elefante e o mundo que ele se deparou pelo caminho, eu me senti tão melhor. Aquela tarde ganhou um sentido tão bonito. 

Meus amigos fizeram exatamente o que o Horton fez com os Quem: eles me escutaram e cuidaram de mim. E continuam cuidando... às vezes sem perceber. O Universo continua não acabando se eu sumir e algumas inseguranças continuam aqui, mas eu me sinto mais forte. 

Já não me sinto um ser humano tão ruim, nem uma péssima filha e amiga. Como estudante... bem, eu assisti ao filme em casa depois, né? 

Continuo não querendo ser grande, apenas quero ser o bastante para fazer as pessoas que eu amo felizes também.

__________

Essa foi a publicação mais contraditória que escrevi.
Resolvi juntar esses textos porque acho interessante observar as minhas contradições e aprender com elas. Perceber o quão louca a minha cabeça é, assim como a de todo mundo. 
Acho que esses dois mini-textos foram os que mais me ajudaram a entender minha cabeça e meus sentimentos em um momento de crise e outro de pós-crise. 
Cheguei à conclusão de que sempre saímos melhores das tempestades que invadem a nossa mente.
Até mais!

Cena de Horton e o Mundo dos Quem

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