Imperfeita
Você quer me conhecer de verdade?
A primeira coisa que você precisa saber é que sou imperfeita.
Toda.
Falo alto. Vivo deixando as coisas caírem da minha mão. Não costumo usar sandálias - elas aumentam em 152% a chance de eu meter a cara no chão. Não gosto de usar saias - com elas, não posso sentar em alguma cadeira e subir meus pés ou sentar no chão sem ter que ficar preocupada em não abrir as pernas.
Sou contraditória. Amo estar no meio da gritaria e das risadas altas, mas odeio pessoas aglomeradas e som alto. Sou elétrica, falante e, na mesma intensidade, quieta e observadora. Sou chata e adoro dar sermão. Não suporto ver situações erradas e pessoas sendo escrotas com as outras. Gosto de rock, mas não suporto rock demasiado pesado. Gosto de filmes de super-herói, mas estou ficando sem paciência para eles. Choro fácil. Basta uma palavra mal dita e passo um dia inteiro pensando sobre.
Meus seios são caídos e adoro ficar passando o dedo na dobra de baixo. Tenho uma gordurinha abaixo da nádega direita e também gosto de senti-la. As estrias dominam meus joelhos, o início da minha bunda e seios, dizem que são estrias de crescimento... bem, continuam sendo estrias. Ah, e a minha bunda não é nem um pouco durinha. Tenho preguiça para academia e sei lá, uma bunda dura é tão importante assim? É bom de pegar e tal, eu sei, mas vou fazer o que? Não nasci para o maravilhoso mundo da malhação.
Lembrei! Secretamente, adoro comédias românticas e acredito que um dia eu sentirei tanto amor por alguém que vou querer passar o resto da minha vida com a pessoa. Esse é um texto aleatório. E essa é mais uma coisa que você precisa saber: sou totalmente aleatória. Mudo de assunto muito fácil e me perco enquanto explico coisas para as pessoas pessoalmente. Parece que não, mas sou tímida e resolvo ficar nervosa nos piores momentos possíveis.
Qual é a minha intenção com esse texto? Não sei.
Quase ia me esquecendo... tenho um nariz enorme e sempre que as pessoas estão me encarando acho que ficam reparando nele. Nos dias ruins, eu o odeio. Nos dias bons, eu o aceito. Faz parte. Não odeio minha aparência, mas também não a amo. Acho até que não saberia lidar se fosse padrão de beleza aclamado socialmente, é muita responsabilidade.
Então gosto de ficar aqui na imperfeição, sabe? Prefiro ser assim mesmo, contraditória e imperfeita. Impulsiva e cautelosa. Infantil e velha. O bom é que nunca sei qual Marcelha serei amanhã, ao mesmo tempo em que sei que continuarei sendo a que ri e chora com tudo.
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