Amanhã completo 22 ciclos de vida

Estou escrevendo esse texto no dia 31 de agosto de 2020, às 12h51, um dia antes de eu completar 22 anos. Antes de sentar para escrever, entrei em uma espécie de crise existencial: "Afinal, já completei o meu ciclo dos 22 ou amanhã que vou começar esse ciclo?". Essa dúvida surgiu pela forma como as pessoas nos desejam as felicitações, "Feliz aniversário, que esse ciclo dessa nova idade seja incrível!", quando, na verdade, estamos comemorando o ano já vivido.

Como sempre, joguei a questão para uns amigos e o Germano veio com a resposta rápida de que sim, são os anos já vividos, correspondentes aos ciclos de rotação ao redor do sol. A cada aniversário, um ciclo é concluído e outro se inicia. Bom, considerando isso, esse é um texto de agradecimento a todos os meus 22 de anos de vida.

Não que isso faça muita diferença no mundo, mas comemorar 22 anos em meio a uma pandemia não era algo que eu esperava para 2020. Então acaba sendo tornando algo especial, para mim, é claro.

Durante minha curta vida, aniversários sempre foram como comemorar um Ano Novo individual e um momento de reflexão sobre quem fui, quem sou e quem quero ser. E neste 22° ciclo, fui quem mais queria ser: eu. Mesmo isolada devido a pandemia do novo coronavírus, me senti em paz estando no meu próprio corpo e na minha própria mente, ainda que isso não signifique que eu não tenha tido momentos de me sentir triste, todos nós precisamos deles para poder continuar andando logo em seguida. Significa apenas que me acolhi o suficiente para aceitar tudo que sou. 

De 1 de setembro de 2019 até o dia 31 de agosto de 2020, busquei de onde vinha cada uma das minhas inseguranças e trabalhei na raiz de algumas delas para que não me impedissem mais de fazer algo que eu gostaria. Por exemplo, gravar um simples vídeo foi um tormento para mim por um longo tempo durante a minha graduação e sempre fugi de cada oportunidade que tinha de gravar algo, apesar da ideia me interessar. Porém, foi justamente neste ciclo que se conclui amanhã que consegui perder a insegurança de compartilhar meus pensamentos por meio do audiovisual. 

Pequeno, mas um avanço significativo, você me entende, leitor(a)? O engraçado é que nada foi forçado, fiz tudo no meu tempo e respeitando os meus ímpetos, sem deixar a insegurança dominar o meu ser. Já deixei de morder meus lábios e ficar com as mãos suadas ao enviar meu vídeo para alguém? Não. Já consigo rever algo gravado por mim? Também não, mas estou no caminho. 

Isso de trabalhar as inseguranças é um processo longo e não-linear, há quedas e conquistas, mas que refletindo os meus últimos meses, percebo que consegui sair do meu lugar de conforto. E que bom.

Neste 22° ciclo, aprendi um monte, também, e há sempre mais a aprender, espero nunca esquecer disso. Fiz amigos, fortaleci amizades e só confirmei o quanto as pessoas que amo são realmente especiais, o quanto sou sortuda por me relacionar com cada pessoa que me relaciono.

Pois bem... para o meu próximo ciclo, desejo que a Marcelha do amanhã continue sendo e amando quem ela é, sendo qualquer uma das mil Marcelhas que vivem nela, nunca esquecendo de zombar das próprias derrotas e enlouquecendo com os mínimos detalhes. Com o resto, ela vê o que faz.

Comentários

  1. Lindo texto, Maaaar! Você é incrível e esse novo ciclo que se inicia amanhã, aproveite cada vez mais, você!

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