O relato de um suicida
( Foto: Marcelha Pereira) Eu cometi suicídio, e me arrependo amargamente. Ocorreu em uma tarde de outubro e meus pais haviam saído de casa para ir ao supermercado, fui à cozinha, peguei uma faca e sem pensar duas vezes a enfiei no meu peito. A dor foi horrível. O tempo parou, eu pude sentir cada milímetro daquela faca me perfurando e ver o sangue saindo. Não demorou muito tempo até que eu ficasse sem forças, meus olhos fechassem, minha respiração falhasse e eu não tivesse mais consciência de nada. NADA. A morte não é ruim, mas eu me arrependo de tudo o que eu poderia ter feito e dos lugares que eu poderia visitar. Arrependo-me de não poder saborear o gosto do bacon em minha boca mais uma vez, de dar um abraço forte em minha mãe e de gargalhar mais uma vez com os meus amigos. Arrependo-me de não exercer a profissão que escolhi com tanto gosto desde os meus dezesseis anos. Arrependo-me de ter negado a ajuda de quem queria ajudar. Depois da morte conheci algu...