No parque e na vida

(Foto: Marcelha Pereira)

Começa devagar e estável. Estou neutra. A felicidade vai aumentando, chega ao seu topo e desce com toda a força que consegue, a tristeza chega, a alegria vai voltando e logo ocorre mais uma descida, desta vez maior.

Essa é a minha montanha russa de sentimentos. Eu grito, choro, levanto os braços, viro de cabeça para baixo, me descabelo, me permito sentir o frio na barriga. Se for para passar por ela, então que eu a aproveite da melhor forma. E assim, vou usufruindo a minha montanha russa que é gratuita e sem hora para fechar.

É preciso viver tudo intensamente para que quando você sair da fase ruim saber reconhecer a felicidade que está chegando e aproveitá-la o máximo que pode para então passar para a próxima fase ainda desconhecida.   

Você só sabe que a montanha russa valeu a pena quando você sai acabado, bagunçado e com o coração batendo a mil. Quando a montanha russa é intensa, o tempo levado para terminá-la parece ter passado mais rápido e ainda dá a vontade de ir mais uma vez. É assim no parque e na vida. 

Para finalizar, deixo aqui um trecho de uma crônica da Martha Medeiros intitulada Sentimentos Indecisos do livro, Montanha Russa: 
“O sentimento não suporta tudo. Mas é deste tudo que é feito um sentimento: de choques e prazeres, de desejos e solidão. O sentimento fatiado não existe. Lascas só de sentimentos bons: não. Vem sempre junto a parte estragada.” 

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