Reflexões sobre o ano de 2020

(Foto: Marcelha Pereira)

Faz alguns anos que costumo escrever textos de final de ano para relembrar o que vivi e aprendi e, além disso, selecionar uma palavra para ser o meu guia para o ano seguinte. Inclusive, vocês podem ler aqui no blog a história desse "ritual" nas postagens de 2017, 2018 e 2019.

Honestamente, não consigo colocar em palavras o que significou o ano de 2020. Ele me fez sentir emoções mistas, mas, apesar de tudo, me fez conectar mais comigo mesma. É na dor que a gente aprende e na felicidade que a gente se preenche. E 2020 me trouxe um monte de reflexões sobre a vida e sobre mim.

Tive um processo tão grande de autoconhecimento que foi primordial para que eu me aceitasse como sou. Continuo precisando lidar com a minha autocrítica, como uma boa virginiana, mas tenho sabido reconhecer os meus momentos e acolhê-los. Todos nós temos defeitos e tem feito bem me colocar na posição de pessoa que pode falhar. Apesar de difícil, tenho aprendido a não me cobrar tanto.

Neste ano, fui afastada do meu irmão e isso me doeu como jamais poderia imaginar, ainda dói, mas me senti tão forte para lidar com tudo que aconteceu que só posso agradecer à fonte de energia que é Deus. Ele me trouxe projetos e pessoas que me ajudaram a passar por esse momento turbulento e sou grata demais pelo universo e pela vida. 

Ah, 2020 também me trouxe algo grandioso: concluí o meu curso de Jornalismo! É mais do que poderia acreditar. A Marcelha de 2016, que entrou na Universidade Federal do Rio Grande do Norte com os olhos brilhando e abismada com o mundo novo que se abria, jamais teria imaginado tudo que vivi durante os últimos quatro anos. E também sou agradecida por isso. A escrita me move e, mais do que nunca, tenho a certeza de estar trilhando o caminho que amo. Essa vitória não é só minha, mas dos meus pais e me emociona saber que daqui a um mês, estarei com o diploma em mãos para comemorar com eles, os meus maiores apoiadores.

Contudo, apesar dessa alegria, 2020 trouxe um amargo em minha boca difícil de sair. A pandemia transformou a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo e sei que foi um ano triste para as família de mais de um milhão (quase dois) de pessoas mortas pela covid-19; vidas que não podem ser revertidas ou substituídas. E o que mais me afetou foi a banalização da morte por essa doença tão nefasta, tanto pelo nosso governante quanto por parte da sociedade.

Então, o meu primeiro desejo para 2021 é que a vacina chegue para todos e que tenhamos saúde. Já o meu segundo será resumido na palavra que espero me guiar no próximo ano: "ser". Que sejamos mais felizes, mais livres, mais empáticos, mais amorosos, mais humanos. Que eu seja. Que a gente seja. Tudo o que quisermos.

Ao ser, que a gente se reconheça e busque por aquilo, e aqueles, que nos fazem bem e melhores. Que os sonhos sejam possíveis.

Feliz Ano Novo para todas e todos!

Com amor,
Celha.

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